Dilma no Bom Dia Brasil: “O mundo pode ter flutuações e nós não quebramos”


Na manhã de hoje (22), a Rede Globo veiculou a entrevista de Dilma Rousseff ao Bom Dia Brasil. Mesmo com a fala constantemente entrecortada pelas interrupções dos inquiridores, Dilma mostrou segurança, conhecimento técnico e visão política, características cruciais a uma estadista. Dilma falou sobre combate à corrupção, Petrobrás, crise internacional, independência do Banco Central e sobre as grandes mudanças em educação realizadas no país durante seu governo.

Dilma ressaltou que os crimes de corrupção precisam ser investigados e a Polícia Federal possui toda a autonomia para tal. “A Polícia Federal hoje tem autonomia, houve épocas que ela não teve. Antes do governo Lula, a PF não saía por aí investigando o que lhe passasse pela cabeça. Hoje, se a Polícia Federal tiver indício, ela pode investigar. Doa a quem doer, nós não varremos para baixo do tapete nenhuma das investigações”, diz. A presidenta afirmou que o Brasil precisa combater a corrupção de forma determinada e, para isso, foram tomadas uma série de providências, como dar o estatuto de ministério para a Controladoria-Geral da União (CGU). “Não basta só investigar, tem que punir. Se você não punir, você está protegendo a corrupção”, afirma. Sobre as investigações a respeito da Petrobras, Dilma afirmou que foi uma surpresa saber dos atos do ex-diretor Paulo Roberto Costa.  “Se eu soubesse que ele era corrupto, ele estava imediatamente demitido. Eu não compactuo, nao compactuei e jamais compactuarei na minha vida com práticas de ilícito e práticas criminosas de corrupção. Eu tenho uma trajetória política que mostra isso”.

Ao ser acusada de fazer “política do medo” em seu programa eleitoral de TV, em relação às propostas de Marina Silva, Dilma ressaltou que tudo que foi dito está no programa de governo da candidata do PSB. “Ela diz que vai reduzir o papel dos bancos públicos. Quero saber como é que vão financiar a infraestrutura no Brasil. Diz também que vai tornar o Banco Central independente. E Banco Central independente, nos termos do Brasil, é simplesmente colocar um quarto poder na Praça dos Três Poderes”, explica. Para a presidenta, a candidata Marina Silva possui lado bem definido. “Ela (Marina) tem um alinhamento claro, tem uma posição favorável aos bancos. Eu não tenho. Acho que os bancos são importantíssimos, mas sei que o país precisa de infraestrutura,  as pessoas precisam de casa própria”, acredita Dilma, que lembrou que são os subsídios dos bancos públicos que asseguram obras de mobilidade e programas como o Minha Casa Minha Vida e o Plano Safra. Dilma afirmou também não ser favorável ao desmame da indústria, uma das bandeiras levantadas pela equipe econômica de Marina: “eu sou a favor da Política de Conteúdo Nacional, ela não”.

Dilma fez também uma comparação com o Banco Central americano e falou que a independência dele está baseada no máximo emprego, estabilidade no curto prazo e juros moderado no longo prazo. “Isso aqui no Brasil é considerado extrema heterodoxia”, diz. Sobre a crise internacional, a presidenta defendeu que estamos em uma situação em que o Brasil está na defensiva da crise, protegendo emprego, salário e investimento. “O Brasil tem uma das menores dívidas do mundo. Não temos flanco externo, o mundo pode ter flutações e nós não quebramos. Não só por reservas, mas porque recuperamos as condições de produção”.

A presidenta lembrou ainda dos recordes de produção da Petrobras, que atingiu o recorde estável de 2 milhões e 300 mil/dia, e o recorde na produção do pré-sal, com 530 mil barris/dia. “Toda essa investigação sobre a Petrobras não compromete o ritmo de crescimento da sua produção nem o desenvolvimento do pré-sal”, garantiu Dilma.

Sobre educação, Dilma lembrou de conquistas como a garantia de 75% dos royalties e 50% do fundo do pré-sal destinados à educação. “Estamos investindo em educação muito mais do que era investido anteriormente. Com isso, vamos melhorar o ensino básico, fazer creches, alfabetização na idade certa e ensino em tempo integral”. A presidenta destacou ainda o salto de 3,5 milhões parar 7 milhões de estudantes universitários, dos 8 milhões de alunos matriculados em ensino técnico e a construção das 436 escolas técnicas no Brasil.

Ouça a íntegra da ~entrevista~de Dilma Rousseff ao Bom Dia Brasil no nosso sound cloud:

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