Pré-candidata do PCdoB visitou o Porto Digital, almoçou com o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife Geraldo Júlio, concedeu entrevistas a vários veículos locais e conclui a agenda com um grande debate na Unicap
Um público de cerca de 500 pessoas esteve na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), na noite desta sexta-feira (23), para participar da última atividade da agenda da pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, no Recife.
O debate promovido pelas associações dos docentes da Universidade Católica (ADUCAPE) e da Universidade Federal de Pernambuco (ADUFEPE), transformou-se em uma grande plenária com a presença de pessoas das mais diversas origens que vieram ouvir Manuela e expor suas dúvidas, preocupações e questionamentos sobre as ideias do PCdoB para o futuro do Brasil.
“Pernambuco Imortal, Imortal”
A noite começou com a emocionante leitura do cordel “Vamos abraçar Manu”, escrito por Dedé Rodrigues, da cidade de Tabira, e declamado pela atriz Hilda Torres, com trechos em jogral com a plenária. Em seguida a diretoria do Maracatu Cruzeiro do Forte, o maracatu rural mais antigo do Recife, fundado em 1929, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste da capital e campeão do carnaval desse ano, presentou Manuela com um chapéu de caboclo de lança. O presente tem um significado especial na indumentária do maracatu rural e leva sempre em suas fitas a cor do protetor espiritual do seu dono. Manuela usou o presente enquanto o auditório, em peso, cantava o hino de Pernambuco.
Após as homenagens a presidenta nacional do PCdoB e pré-candidata ao Senado por Pernambuco, deputada federal Luciana Santos, saudou Manuela. A anfitriã lembrou que nesse momento tão adverso, de caos institucional, resultante do golpe que instituiu uma agenda de retrocessos e retirada de direitos; nós precisamos encontrar saídas para o verdadeiro Estado de exceção que vem se instalando no país.
“O neoliberalismo só se impõe pelo arbítrio ou pela força. Eles (os defensores do neoliberalismo) são incapazes de ganhar as eleições com o programa que estão defendendo; por isso eles perderam quatro eleições neste país. O golpe em curso foi implementado para possibilitar que essa agenda fosse implantada no Brasil”, destacou.
Estado necessário para impulsionar desenvolvimento e garantir direitos
Manuela iniciou sua participação no debate reforçando a ideia de que lutar é ser feliz. A pré-candidata falou da sua convicção de que a política pode ser feita de forma diferente se houver empoderamento e esforço para superar as desigualdades sociais. “A minha pré-candidatura emerge de uma avaliação que o PCdoB faz que as eleições de 2018 devem ser um momento de profundo debate sobre as saídas da crise que o Brasil vive”.
A pré-candidata do PCdoB falou sobre alternativas de geração de emprego, criticou a reforma trabalhista e ressaltou o papel do Estado como indutor do desenvolvimento. “Nós não podemos entregar pautas importantes para o país para setores retrógrados e obscurantistas”, disse. Também abordou o tema do protagonismo feminino, a questão da segurança nacional e a necessidade de investir na inovação, na pesquisa e tecnologia como alternativas para o crescimento nacional.
“É possível sim encontrar saídas para a crise apostando na tecnologia e na inovação, e que se possa garantir empregos de qualidade a partir da inovação. Pernambuco é testemunha disso com o Porto Digital. Esse é um caminho para que o país possa se reencontrar com o seu destino. Não queremos um Estado mínimo para 99% da população e um Estado máximo para 1% apenas de ricos, dos que vivem do rentismo. Queremos um Estado máximo para a esmagadora maioria do povo”.
Unidade para reconstruir o Brasil
No palco, ao lado de Manuela estiveram o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, que também acompanhou toda agenda da pré-candidata na capital; o secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelino Granja; a secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa; o presidente do SINPRO e da CTB-PE, Helmilton Bezerra; a presidente da União Estadual de Estudantes de Pernambuco, Manu Mirella; o vereador do Recife, Almir Fernando; o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT); e o diretor da ADUCAPE, Serjão, que mediou o debate.
Durante o evento também foi lembrado o esforço de construção de um programa básico, comum à esquerda, sintetizada no documento lançado pelas fundações do PCdoB, do PDT, do PT e do PSOL na última semana em Brasília. “Só existe uma maneira da gente responder à avassaladora retirada de direitos e desmonte do Estado, à caçada que fizeram ao presidente Lula, à essa intervenção federal (no Rio de Janeiro); a resposta mais contundente é ganhar, pela quinta vez consecutiva, as eleições no Brasil”, pontuou Luciana Santos.
Do Recife
Ana Cristina Santos
Republicou isso em A Estrada Vai Além Do Que Se Vê.
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