NATHANIEL BRAIA, de Jerusalém
“Foi graças ao bravo Exército Vermelho que, há 75 anos, Auschwitz foi libertada do nazismo”, com estas palavras a apresentadora do 5º Fórum
Mundial do Holocausto, este ano realizado em Jerusalém, que, na tarde do dia 23, a apresentadora do evento chamou para falar o presidente russo
Vladimir Putin.
O evento, ao qual compareceram chefes de Estado de 40 países, entre
eles, o presidente francês, Emmanuel Macron; o da Alemanha, Walter Steinmeier; o da Argentina, Alberto Fernández, o príncipe Charles, da Inglaterra; Zelensky, presidente da Ucrânia e Matarella, da Itália, foi marcado por homenagens aos combatentes soviéticos, incluindo a inauguração do Memorial da Vela, em memória aos que resistiram ao cerco nazista a Leningrado, que durou mais de 900 dias. Leningrado, assim como Stalingrado, não se rendeu, mas a resistência custou aos soviéticos 27
milhões de vidas, com mais um milhão de mortos somente na heroica cidade, que lamentavelmente voltou à denominação de São Petersburgo, como era chamada nos tempos do domínio monárquico.

Também compareceram os presidentes da Romênia, Finlândia, Bulgária, Georgia, Bósnia-Herzegovina e Chipre.
TRAGÉDIA COMPARTILHADA
Putin chamou o genocídio de judeus na Segunda Guerra Mundial de “tragédia compartilhada”, destacando que 40% dos milhões de judeus exterminados sob o tacão nazista eram soviéticos. “Na Lituânia, durante o período de ocupação nazista, mais de 95% dos judeus foram mortos”,
ressaltou.
COLABORACIONISTAS
“A chamada ‘Solução Final’ foi um dos mais terríveis capítulos da história humana”, acrescentou Putin, que também condenou duramente os colaboracionistas: “Aqueles que colaboraram com os nazistas eram, às
vezes, mais cruéis do que os nazistas. Não somente os nazistas atuavam nos campos de concentração e de morte, mas também seus ajudantes de outros países através da Europa”.
“A Nação Soviética foi aquela que pôs um fim ao maldito plano nazista.
Enquanto protegeu sua pátria, a Nação Soviética também libertou a
Europa. A memória do Holocausto continuará a ser uma lição e um alerta
somente se a verdadeira história for contada, sem que se omita os
fatos”, declarou Putin.
“A Nação Soviética foi aquela que pôs um fim ao maldito plano nazista. Enquanto protegeu sua pátria, a Nação Soviética também libertou
a Europa. A memória do Holocausto continuará a ser uma lição e um alerta somente se a verdadeira história for contada, sem que se omita os fatos”, declarou Putin.

câmara de gás, a abandonar seus alunos na hora mais dura – Museu Yad Vashem
REVISIONISMO
Referindo-se às tentativas de governos como o da Polônia de revisar a história – inclusive afirmando que a libertação da Polônia do jugo
nazista, que incluiu a abertura dos macabros portões de Auschwitz, foi uma “segunda ocupação” -, Putin seguiu alertando a que “infelizmente, hoje, a questão do Holocausto se tornou uma matéria de política, quando os políticos de hoje e do futuro são obrigados a proteger o bom nome dos heróis do passado, das vítimas dos nazistas e dos colaboracionistas”.
MAUS ESPÍRITOS SOB NOVO DISFARCE
O presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, denunciou que “os espíritos do mal estão emergindo em um novo disfarce, apresentando seu pensamento racista, antissemita, autoritário como uma resposta para o futuro, uma nova solução para a nossa era”.
Ele expressou “sua profunda dor” ao ter que assumir que “os perpetradores eram seres humanos. Eram alemães. Os que assassinaram, os que planejaram e ajudaram no assassinato, os que silenciosamente cumpriram as normas: eram alemães”.