A pesquisa XP é bem ruim para Bolsonaro e prenuncia dificuldades para seu governo. A rejeição subiu 5 pontos, 35% para 40% de ruim e péssimo, ao passo que desabou de 38% para 32% a avaliação positiva. Mudança de 11 pontos em pesquisa mensal não é um sinal, é um berro! Há mais.👇🏿
Voltou a crescer o medo em relação à pandemia. A soma de quem tem muito medo (42%) e quem tem um pouco de medo (35%) chega a 77% da população. Ao mesmo tempo, a condução do presidente na pandemia é amplamente vista como negativa: 52% de reprovação e apenas 23% de aprovação.
56% acreditam que o pior está por vir e 69% pretendem se vacinar. Aparentemente, a população vê que os governadores têm feito o principal trabalho no enfrentamento ao vírus, tanto que a avaliação positiva deles voltou a se recuperar.
E mais: ao contrário do que ocorre com Bolsonaro, 36% avaliam como ótima ou boa e 35% como regular a condução dos governadores na pandemia – apenas 25% de ruim e péssimo, menos que a metade da negativa do presidente.
A retirada do auxílio emergencial cobrará alto custo político a Bolsonaro. 50% das pessoas avaliam que o governo deveria criar outro auxílio por mais tempo, outros 20% acham que o Bolsa Família deveria ser ampliado. Para 54% a economia está no caminho errado e só 34% apoiam.
Outra coisa que Bolsonaro perdeu foi a pauta do combate à corrupção (também, com a quadrilha que tem em casa, pudera!). 46% acreditam que a corrupção vai aumentar ou aumentar muito nos próximos 6 meses, ao passo que apenas 16% pensam que possa diminuir.
Ainda é muito cedo para projeções sobre 2022 e o presidente ainda é um competidor forte, sem dúvida. Bolsonaro tem 28% na estimulada e há empate triplo na segunda colocação: Moro (12%), Ciro (11%) e Haddad (11%).
No 2º turno, porém, o presidente fica atrás de Moro (36% a 33%), empata com Ciro (40% a 37%) e ainda venceria Haddad. Note-se um dado importante: em todos os cenários, Bolsonaro está em queda e os adversários em ascenso. Isso reflete o desgaste pelo pandemônio de seu desgoverno.
Muita água vai rolar, mas, aparentemente, a subestimação negacionista da pandemia e a falta de rumo na economia, somada ao sádico corte do auxílio emergencial, parecem ter atingido Bolsonaro. Não quer dizer que derreteu, mas perdeu a gordura que tinha ganho no fim de 2020.
Os próximos lances serão importantes, principalmente a eleição da Mesa da Câmara, que pode trazer dificuldades para que o governo avance com sua pauta reacionária e mesmo que enfrente processos de impedimento pelas pencas de crimes de responsabilidade que cometeu. Lutaremos!