O ex-ministro e embaixador Celso Amorim reagiu na TV 247 ao documento divulgado pelos governos russo e chinês no qual firmam oficialmente uma aliança entre os dois países e indicam o estabelecimento de uma nova ordem mundial. Segundo Amorim, este é “o fato mais importante desde o fim da Guerra Fria e da dissolução da União Soviética”.
A declaração conjunta entre os dois países, de acordo com o embaixador, “consolida e cristaliza uma tendência que vinha ocorrendo”.
Este “pacto eurasiano”, disse Amorim, “não estava claro que iria tão longe”. “Fiquei muito impressionado com o documento. É um documento longo, pouco usual, conceitual, falando de coisas muito específicas, é de uma temática abrangente, então é um documento muito forte”.
Em resumo, afirma o ex-ministro, o pacto entre as duas nações “não só consolida uma aliança como propõe para o mundo uma visão diferente da norte-americana, até valorizando instrumentos cuja criação tem como principal responsável os Estados Unidos mas os Estados Unidos têm abandonado, como as próprias Nações Unidas e a OMC [Organização Mundial do Comércio]”.