Jandira Feghali: FOI DADA A LARGADA


No dia 16 de agosto começou a campanha eleitoral. Serão 45 dias de uma festa democrática e
de debate de ideias. Assim esperávamos, já que a tradição brasileira sempre teve a
Constituição, o respeito ao resultado das urnas como parâmetros entre adversários.
Tudo mudou a partir de 2016. Afinal, um país que tira do cargo uma presidenta legitimamente
eleita sem que ela tenha cometido qualquer crime e condena, sem provas, o candidato
favorito nas pesquisas para tirá-lo da disputa, assina um cheque em branco para que a
sociedade naturalize ações de ruptura e de fragilização da democracia.
Não é natural ser preso sem provas. Ser julgado por um juiz parcial. Enfrentar um processo de
cartas marcadas desde seu inicio.
Não é natural uma presidenta eleita ter seu mandado interrompido pelo simples fato de
contrariar interesses dos poderosos de plantão.
Parece repetitivo e até banal, mas é necessário insistir porque, de ruptura em ruptura,
chegamos ao pior governo que o Brasil já teve. Chegamos ao ponto em que o presidente do
TSE teve que lembrar, sob os olhares atentos de 22 governadores e do peso plural das
presenças, os ideais republicanos, o respeito às instituições e à Constituição, nossa vocação
pela democracia. Quatro ex-presidentes e o atual presidente ouviram palavras em defesa da
liberdade de expressão, da garantia do Estado Democrático de Direito. Quatro ouviram, o
último apenas se irritou com o que parecia um lembrete de que o Tribunal Superior Eleitoral
imporia com rigor um limite aos abusos.
O novo presidente do TSE teve que ressaltar, inclusive, que liberdade de expressão não é
liberdade para destruir a democracia. Um trecho, em especial, caiu como um tijolo sobre as
cabeças do senhor Jair Bolsonaro e seus aliados presentes. ´A Constituição Federal não permite a propagação de discurso de ódio, de ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático de Direito. Tampouco a realização de manifestações pessoais, nas redes sociais ou por meio de entrevistas visando rompimento do Estado de Direito ou a consequente instalação do arbítrio.´
Com este aviso, foi dada a largada para a campanha. Os abusos continuam e, apesar deles,
Lula continua com vantagem expressiva nas pesquisas. Há possibilidade real de vitória ainda
no 1º turno, mas sabemos que o efeito nefasto que mentiras, ataques e ameaças constantes
de golpe podem influenciar o voto. À base de fakenews, como a que Lula iria fechar igrejas se
eleito, a campanha fascista pretende reverter a vantagem e levar a disputa para um 2º turno
onde a máquina da desinformação já está preparada para difamar, ofender e convencer os
eleitores de que a única realidade existente é a que ele inventa para se manter no poder e
garantir sua impunidade.
De outro lado, propostas que se refletem em resultados de pesquisas que apontam Lula como
o candidato mais preparado para combater a pobreza (54%), para cuidar da saúde (44%), da
educação (43%), para acabar com a fome (54%), reduzir o desemprego (50%), colocar o país no

caminho do crescimento econômico (47%) e cuidar do meio ambiente (42%). O povo sabe que
Lula é a melhor opção para reconstruir o Brasil. E não será uma campanha sórdida que mudará
essa opinião, mas é preciso combatê-la.
A largada para a disputa já começou. Começou com a força da mobilização anterior da
sociedade em defesa do Estado Democrático de Direito. Com o grito ecoando em espaços
como o da USP, da PUC/RJ, da UFRJ, e tantos outros pelo Brasil. Precisamos agora que se inicie
a ofensiva contra ações condenadas pelo TSE e pela maioria da sociedade. Não podemos cair
em armadilhas. Vamos divulgar nossas propostas e o muito que o Brasil avançou nos governos
Lula e Dilma. A baixaria e a desonestidade deixamos para quem rasga a Constituição. Pagarão
o preço por isso.

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