Digo isso porque, para nós que acompanhamos uma longa trajetória da diplomacia brasileira, nós que compreendemos e registramos, a partir do discurso do Chanceler, Embaixador Mauro Vieira, nas suas palavras de despedida, sentimos que a diplomacia do universalismo, a diplomacia da parceria com múltiplos países, independente dos níveis de desenvolvimento econômico, essa política universalista da diplomacia brasileira que levou nosso país a jogar um papel extremamente importante na geopolítica mundial, sucede a essa diplomacia, uma diplomacia que eu classificaria como a diplomacia do atraso, a diplomacia dos aluguéis.
Quero dizer que essa visão do Chanceler interino José Serra – de querer reduzir as suas relações com os vizinhos a soltar notas agressivas contra os países irmãos da América Latina, que questionaram o processo democrático ocorrido no País, esse movimento golpista que está em curso –, não corresponde à diplomacia brasileira, que sempre foi de respeito e não ingerência em assuntos internos de outros países.
Aliás, em um ponto de pé de página, o Chancelar José Serra falou da não ingerência, prática essa que é realizada pelo seu partido cotidianamente, por meio de caravanas como a que foi a Venezuela para questioná-la.
Esses primeiros sinais que o Chanceler interino José Serra apresenta, nos preocupa, porque estamos num crescente processo de incorporação do Brasil no mercado internacional.
Nós estivemos agora com o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, que realizou grandes conquistas, como o Plano Nacional de Exportação.
No período mais recente, Senhor Presidente, o Brasil teve uma articulação intensa culminando com a assinatura de acordos bilaterais, acordo automotivo com a Colômbia, com o México, com o Peru, que incluem, com esse último país, compras governamentais, cooperação no âmbito da propriedade intelectual, acordos em relação a serviços, enfim, inúmeros acordos que estão em andamento e que precisam ser preservados.
Por isso eu quero pedir ao Chanceler José Serra que leve em conta o fato de que a diplomacia brasileira não começou com a chegada dele. A diplomacia brasileira é uma construção histórica, é uma construção de cooperação que o Itamaraty e sua equipe de funcionários sempre preservaram. E nós não admitiremos a ingerência de discursos político-partidários para atrapalhar as conquistas e o papel geopolítico do Brasil.


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O objetivo é lamber as botas dos americanos, do FMI, como na era FHC. Aqui dentro ferrar com o povo e com o trabalhador.
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achei muito boa mas deveria ser mas melhor pois dilma ajuda os mas pobres
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Não vamos desistir camaradas a luta continua!
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