A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, assinou Junto ao ministro de Ciência da Argentina, Daniel Filmus, dois instrumentos que fortalecem a parceria entre Brasil e o país vizinho: o Memorando sobre Cooperação em Ciência Oceânica e o Programa Binacional de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação.
Luciana é integrante da comitiva do presidente Lula que cumprem agenda em Buenos Aires, onde participam de reuniões bilaterais e da VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
A Argentina está entre as prioridades de cooperação internacional no âmbito da ciência, tecnologia e inovação, e a assinatura dos atos ocorre em um esforço de relançamento das relações bilaterais no mais alto nível, após período de distanciamento entre os dois governos.
“Nesta segunda, em Buenos Aires, tive uma importante reunião com o ministro argentino de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus. Dentro do nosso objetivo de avançar na cooperação internacional com a Argentina, retomando projetos importantes que estavam paralisados, conversamos sobre parcerias que temos, em especial nas áreas nuclear e espacial”, disse Luciana.
Segundo a ministra, a “retomada da cooperação científica e tecnológica entre nossos países é decisiva dentro do esforço do governo do presidente Lula de relançar a aliança estratégica e buscar o fortalecimento da integração regional após o distanciamento que marcou o último ciclo político”.
A Argentina é parceria estratégica do Brasil no desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que será usado para a fabricação de radioisótopos. Outro projeto é o SABIA-Mar (Satélite Argentino-Brasileiro de Informações Ambientais Marinhas), que prevê o lançamento de dois satélites (um brasileiro e outro argentino) para a realização de estudos oceanográficos e costeiros. Na reunião, a ministra destacou a Plataforma Multimissão (PMM), em desenvolvimento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), como possível forma de avançar o projeto SABIA-Mar. A PMM atingiu o grau máximo de maturidade com o satélite Amazonia 1, que está operando em órbita, com sucesso, desde 2021.
“A ciência é estratégica para qualquer projeto de nação, e nosso objetivo é avançar na cooperação internacional com a Argentina, retomando projetos importantes que estavam paralisados”, disse a ministra Luciana Santos.
“O Brasil é o nosso principal parceiro estratégico no desenvolvimento tecnológico, e esperamos aprofundar e ampliar a agenda de cooperação”, completou o ministro Fiulmus.
O Memorando busca estabelecer a cooperação em ciência oceânica por meio de pesquisas conjuntas, desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas ao meio ambiente, capacitação profissional e troca de informações sobre leis, regulamentos e operações realizadas em instalações científicas em águas jurisdicionais.
Já o Programa Binacional define as oito áreas prioritárias para aprofundar a cooperação científica: biotecnologia, ciências espaciais, pesquisas nucleares, ciências do mar e Antártica, transição energética e ambiente, tecnologias da informação e comunicações, pesquisa em saúde e nanotecnologia.
A partir desta terça, será realizada a VII Cúpula da CELAC, integrada por representantes de todos os 33 países da América Latina e Caribe.
A CELAC foi criada em fevereiro de 2010 durante a Cúpula da Unidade, em Cancun, e busca a promoção do diálogo político, além da cooperação regional em temas como a segurança alimentar e energética, saúde, inclusão social, desenvolvimento sustentável, transformação digital e infraestrutura para a integração. O Brasil retornou ao bloco regional em 2023, após três anos de distanciamento.
Após a Argentina, o presidente Lula e a delegação ministerial seguem para o Uruguai para uma agenda com o presidente Luis Alberto Lacalle Pou antes de retornar ao Brasil na próxima quarta-feira (25).